Ser mãe ou pai é, muitas vezes, uma experiência tão transformadora quanto desafiante.
Há dias em que nos sentimos seguros e disponíveis. Mas há outros em que a culpa, o cansaço, a dúvida ou a frustração tomam conta. Perguntamo-nos se estamos a fazer bem, se estamos a estragar tudo, se os nossos filhos estão a sofrer por nossa causa.
A parentalidade não exige perfeição. Mas exige presença, consciência e, acima de tudo, apoio. E quando sentimos que algo está a falhar — na relação com os filhos, na forma como reagimos, ou na forma como nos sentimos enquanto cuidadores — procurar ajuda não é sinal de fraqueza. É um gesto de coragem e responsabilidade emocional.
Criar uma criança ou adolescente envolve muito mais do que alimentar, educar e proteger. Envolve estar emocionalmente disponível, saber escutar, conter, orientar e lidar com comportamentos desafiantes — tudo isto enquanto tentamos gerir o nosso próprio mundo interno e a exigência do dia a dia.
É comum sentires que estás constantemente em falha. Que gritas mais do que gostavas. Que cedes onde não queres ou perdes a paciência onde mais querias manter a calma.
É comum também veres comportamentos difíceis nos teus filhos e sentires que não sabes como ajudar. Ou que já tentaste tudo. Ou que estás a repetir padrões que juraste não repetir.
A psicoterapia para pais e cuidadores não tem como objetivo ensinar “boas práticas parentais” como se houvesse uma fórmula certa.
O que fazemos é escutar o que está por detrás da sobrecarga, compreender os gatilhos, as feridas que se reativam, os modelos que herdámos.
É nesse espaço que começa a verdadeira mudança: quando passamos do automatismo para a consciência, da culpa para a responsabilidade, da exaustão para o vínculo.
A parentalidade pode ser uma oportunidade de crescimento mútuo — quando é cuidada com verdade, presença e suporte.
A terapia para pais ou cuidadores começa, muitas vezes, com uma frase dita com um misto de dor e alívio: “Eu não sei o que fazer mais.”
Há um ponto em que as estratégias deixam de funcionar, em que a culpa se instala, em que o desgaste emocional afeta a relação com os filhos.
E é precisamente nesse ponto que a terapia pode ser uma âncora.
Este trabalho não tem como objetivo “corrigir” o que estás a fazer. O foco é compreender contigo:
– O que é que está a ser mais difícil?
– O que é que te ativa emocionalmente?
– De onde vêm os padrões que se repetem?
– Que tipo de mãe ou pai queres ser — e o que está a impedir-te?
Ao longo das sessões, vais poder explorar a tua história como filha(o), os teus modelos de parentalidade, as tuas inseguranças, o teu desejo de fazer diferente.
E a partir daí, com mais consciência e clareza, vamos trabalhando formas mais eficazes de te relacionares com os teus filhos — mesmo nas situações mais desafiantes.
A psicoterapia ajuda-te a encontrar um lugar de calma interna, onde é possível responder em vez de reagir, comunicar em vez de gritar, compreender em vez de acumular culpa.
Não se trata de controlar os teus filhos. Trata-se de te sentires mais disponível emocionalmente para construir uma relação com eles que seja segura, respeitosa e autêntica — mesmo quando nem tudo corre bem.